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Matsyagandhi, a Princesa Pescadora

Sadhguru: Uma vez, Uparichara, o rei de Chedi, estava na floresta, caçando por semanas a fio. Durante esse tempo, ele gerou um filho em uma menina pescadora. Ela deu à luz gêmeos, chamados Matsyaraja e Matsyagandhi. O rei levou o menino com ele e deixou a menina com os pescadores. Vivendo entre os pescadores, ela era conhecida como Matsyagandhi, que significa "cheiro de peixe".

Matsyagandhi foi naturalmente atraída por Parashara, porque ele era uma personalidade muito imponente de imenso conhecimento e sabedoria.

Matsyagandhi tornou-se uma mulher obscura e sombria. O chefe dos pescadores, conhecido como Dasa, a criou bem. Certa vez, o ashram de Parashara - um homem de imenso conhecimento e um ser realizado - foi atacado e ele foi ferido a um ponto que sua perna que ficou muito machucada. Ele conseguiu escapar de algum jeito e, com grande esforço, chegou a uma pequena ilha onde os pescadores moravam. Vendo sua condição, os pescadores o acolheram. Ele foi colocado sob os cuidados de Matsyagandhi.

Ela era naturalmente atraída por ele, porque ele era uma personalidade muito imponente de imenso conhecimento e sabedoria. O tempo todo ela havia lutado dentro de si mesma, porque seu irmão gêmeo morava no palácio e ela morava entre pescadores. Ela pensou que se ela se associasse ao sábio, ela poderia chegar a algum lugar. Eles moravam em uma pequena ilha no rio e ela lhe deu um filho. Porque ele nasceu em uma ilha, ele foi chamado Dwaipayana. E porque ele era escuro, ele se chamava Krishna. Mais tarde, Krishna Dwaipayana passou a ser conhecido como Veda Vyasa, o compilador dos Vedas, que também contou a história de Mahabharat.

 

Parashara pegou o garoto e foi embora. Antes de partir, ele deu a Matsyagandhi a bênção com a qual o cheiro de peixe desapareceu, e ela recebeu uma fragrância celestial que nenhum ser humano jamais havia sentido antes. Ela cheirava como uma flor que não pertencia a este mundo. Por causa dessa fragrância fenomenal, mudaram seu nome para Satyavati, "cheiro da verdade". E isso se tornou sua atração.

Shantanu implora para se casar com Satyavati

 

Um dia, Shantanu olhou para essa mulher e apaixonou-se por ela. Ele foi até o pai de Satyavati e pediu sua mão em casamento. Quando Dasa, o chefe dos pescadores, ainda um pequeno rei em pleno direito, viu o imperador implorar pela mão de sua filha de criação, ele pensou que esse era um bom momento para fazer um acordo. Ele disse: "Eu estaria disposto a lhe dar minha filha em casamento apenas se os filhos dela se tornarem os futuros reis da Dinastia Kuru". Shantanu disse: "Isso não é possível. Eu já coroei o meu filho Devavrata. Ele é o melhor rei que o Reino Kuru poderá ter".

Shantanu não conseguia tirar Satyavati da sua mente. Sua fragrância o invadiu de tal forma que, mais uma vez, ele perdeu o interesse pelos assuntos do reino, e simplesmente passava o tempo à toa.

 

O pescador esperto olhou para o rei, viu que estava desesperadamente apaixonado e disse: "Então, esqueça a minha filha". Shantanu implorou-lhe. Quanto mais ele implorava, mais o pescador percebia que o tinha no anzol. Hora de atrair o peixe grande. Ele disse: "Depende de você. Se você quer minha filha, seus filhos devem se tornar os futuros reis. Caso contrário, vá viver feliz em seu palácio".

 

Shantanu voltou para o palácio - mais uma vez deprimido. Ele não conseguia tirar Satyavati de sua mente. Sua fragrância o invadiu de tal forma que, mais uma vez, ele perdeu o interesse pelos assuntos do reino, e simplesmente passava o tempo à toa. Devavrata olhou para o seu pai e disse: "Tudo está indo muito bem no Reino. O que é que está incomodando você?". Shantanu apenas balançou a cabeça e baixou-a envergonhado, incapaz de dizer ao filho qual era o problema.

 

Filho obediente que era, ele foi até o cocheiro que levará Shantanu a caça e perguntou: “Desde essa caçada, meu pai não é o mesmo homem. O que aconteceu com ele?". O cocheiro disse: "Eu não sei o que exatamente aconteceu. Levei-o para a casa desse chefe de pescadores. Seu pai entrou na casa como um rei, com grande entusiasmo, cheio de amor. Quando ele saiu, ele parecia um fantasma”.

Devavrata torna-se Bhishma

 

O próprio Devavrata foi lá para descobrir o que havia acontecido. Dasa disse: “Ele quer minha filha. Tudo o que estou dizendo é que os filhos dela devem ser os futuros reis. É uma condição simples. O único problema é que você está no caminho”. Devavrata disse: “Isso não é um problema. Eu não preciso ser o rei. Prometo que nunca serei o rei. Deixe os filhos de Satyavati serem os reis”. O pescador sorriu e disse: “Como um homem jovem, de sua bravura, você pode dizer essas coisas. Mas depois, quando você tiver filhos, eles lutarão pelo trono”. Então Devavrata disse: "Nunca me casarei e terei filhos para garantir que os filhos de Satyavati tenham o direito de ser os reis".

Eles o chamaram de Bhishma, aquele que era terrivelmente duro consigo mesmo, sem que ninguém o obrigasse a dar tal passo.

 

O pescador estava simplesmente comendo sua refeição, tirando cuidadosamente as espinhas do peixe. Ele olhou para cima e disse: "Jovem, eu aprecio tudo o que você está dizendo. Mas você não conhece os caminhos da vida. Você pode não se casar, mas ainda pode ter filhos". Então Devavrata deu o passo extremo de castrar-se. Ele fez um voto: "Nunca terei filhos. Agora sou incapaz de ter filhos. Isso o satisfaz?". Finalmente, o pescador disse que sim. Todos disseram: "Isto é a coisa mais dura que um homem pode fazer a si mesmo". Então, eles o chamaram de Bhishma, aquele que era terrivelmente duro consigo mesmo, sem que ninguém o obrigasse a dar tal passo. E assim, Shantanu casou-se com Satyavati.

 

A continuar…

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Nota do editor: uma versão deste artigo foi publicada originalmente em Isha Forest Flower, junho de 2015. Faça Download em PDF com o "nome do seu preço, no mínimo" ou assine a versão impressa.